FOCO: menina/ nova em uma escola/ menino/ descoberta/ doença/ declarações/ morte .
Eu nunca imaginei que um dia sairia dessa cidade. Los Angeles, na Califórnia, era minha morada deis de que me conheço por gente. Califórnia é o estado mais populoso dos Estados Unidos. Sempre fui adaptada com cidade grande, com o tempo acostumei em andar na rua sem olhar para os lados, eu caminhava todos os dias até o metrô de cabeça baixa mas com a atenção ligada a tudo que acontecia ao meu redor. Em Los Angeles eu não podia caminhar pela rua após as sete da noite, apesar das espantosas luzes que se formavam através dos enormes prédios, aquela cidade era totalmente obscura. Não tinha vida. Era tudo monótono e cheio de regras. No colégio eu não tinha amigos, meu pai sempre me disse para não confiar muito em pessoas que não conheço, apesar de eu conhecer todos os meus colegas deis do jardim de infância. Mas isso não era só uma influência dele, eu era muito fechada com todos, sentava na primeira carteira e a única voz que me interessava era a dos professores.
Isso tudo estava prestes a mudar. Meus pais são separados deis de que eu tinha 3 anos. Meu pai vive comigo em Los Angeles. E minha mãe vive em Valdez, uma pequenina cidade do Alasca.
Era numa sexta a noite, acabara de receber uma ligação de minha mãe. Ela me dizia que no sábado de manhã me aguardaria no aeroporto de uma cidade próxima à Valdez, e que meu pai me acompanharia até o aeroporto de Los Angeles.
No começo não intendi o porque disso tudo, mas não resolvi questionar muito as ordens de meus pais, eles com certeza sabiam que estavam fazendo o certo.
Enquanto meu pai me levava ao aeroporto no sábado de manhã, ele resolveu me explicar:
- Mia, você sabe que as coisas não estão indo muito bem, o hospital está cada vez mais lotado e não estou tendo tempo nem de cuidar de mim mesmo, quanto mais á você. Essa cidade é grande demais e não posso lhe deixar sozinha todos os dias, e também acho que vai ser muito bom pra você conviver com sua mãe alguns...
- Anos?! - perguntei indignada.
Olhei para frente observando os enormes prédios ainda cobertos pela neblina, coloquei um dos fones no meu CD player no ouvido e fechei os olhos.
- Mia, tente entender, eu escolhi ser um médico, e não foi a toa, meu objectivo é ajudar quem precisa de mim, você vai ficar bem com sua mãe, ela ficará muito feliz em passar esses anos com você. - meu pai então virou o rosto para o outro lado e segurou firme com as duas mãos no volante, eu pude sentir que nos seus olhos estremecia uma lágrima.
- Pai, eu gosto da mamãe, eu só não quero sair daqui! Eu pesquisei sobre Valdez, é uma cidade pequena e fria. Parece mais uma enorme fazenda. O que é que vou fazer em uma cidade rural? Me poupe papai, eu quero ficar aqui. -ameacei abrir a porta do carro e com desespero ele me segurou. - Chega Mia! eu sei o que estou fazendo, e não adianta você discutir comigo. Eu sou seu pai e está decidido isso, e pronto!
Permaneci calada. Eu não tinha nenhum amigo em Los Angeles, não podia sair na rua a noite. Não podia ir a festas. E ficava o tempo todo trancada em minha casa. Mas apesar disso, eu amava Los Angeles, eu já estava acostumada com aquela vida. Confesso, estava com medo de Valdez, e se eu não me acostumasse?
- Pronto. - meu pai encostou o carro e desceu. - Desça Mia. - disse frustrado.
Desci, fui até o porta mala, peguei minhas malas, desliguei meu CD player e guardei-o.
- Pai. Quero que saiba que eu amo esta cidade, e se eu pudesse escolher, jamais escolheria sair daqui. Sinto muita saudade da minha mãe, mas não sei se estou pronta para largar tudo isso e recomeçar uma nova vida, não agora, que estou preste a entrar no colegial.
- Mia, vai dar tudo certo. Mas tarde você irá entender o porque disso tudo. - meu pai me abraçou forte, o suficiente para me aquecer daquele vazio que eu sentia.
- Até quando? Para sempre não é papai? Pode me dizer, eu sei que é pra sempre!
- Vamos Mia, você está atrasada. - ele virou de costas para mim, pegou minhas malas e seguiu em direção ao avião.
Continua........
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